terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A História da Disney•PIXAR



Embora a crise criativa de Hollywood seja alardeada há algum tempo, um dos estúdios que não padece desta terrível maldição é o Pixar Animation Studios, um dos poucos a trabalhar apenas com ideias originais, sem serem oriundas de outros materiais, tais como livros e afins.

Sediado na cidade de Emeryville, na Califórnia, o estúdio tem por data de fundação 03 de Fevereiro de 1986, porém suas origens antecedem e muito este dia. Originalmente, a Pixar era uma divisão da Lucasfilm, à época chamada The Graphics Group, criada em 1979, após a contração de Ed Catmull, um pioneiro na área da ciências da computação.


O começo de sua história está igualmente relacionado a animação de uma mão esquerda, a um dos criadores da Apple, e claro, à própria The Walt Disney Company. Entenda um pouco, abaixo.

 O Início na LucasFilm


 Quando criança, Catmull encontrou inspiração nos clássicos animados da Disney, tais como “Peter Pan” e “Pinóquio”, e sonhava em se tornar um animador. Porém, ao perceber que seus talentos residiam em outro campo, Catmull empregou suas habilidades matemáticas e fez cursos de Física e Ciências da Computação na Universidade de Utah, desenvolvendo o texture mapping, uma técnica para adicionar texturas, cores e detalhes a um modelo tridimensional computadorizado.

 “A Computer Animated Hand”:





Em 1972, Catmull fez sua primeira contribuição à indústria cinematográfica. Empregando seu método, ele criou um pequeno clipe animado de sua mão esquerda. O segmento conhecido como “A Computer Animated Hand” foi adquirido por um produtor e incorporado a “Futureworld” (1976), o primeiro longa-metragem a utilizar animações computadorizadas. Desde 2011, o trecho de um minuto integra a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, como parte do catálogo do National Film Registry.


A equipe do The Graphics Group, em 1985.



Depois de um período no Instituto de Tecnologia de Nova York, Catmull foi convidado por George Lucas para fazer parte da equipe da Lucasfilm durante a pré-produção de “Star Wars: O Império Contra-Ataca”. Lucas ansiava por modernizar as ferramentas usadas pelo cinema, e para tanto, investiu em sua divisão de efeitos especiais, a Industrial Light & Magic.

 

Um jovem Ed Catmull.



Seu primeiro ato como contratado do estúdio foi a criação do The Graphics Group, o correspondente a um terço do departamento de computadores, empregando alguns de seus melhores funcionários. A lista de desejos de George Lucas incluía: um sistema de edição não-linear, um sistema de edição de som digital, e uma maior exploração dos gráficos computadorizados. Entre alguns dos avanços feitos pelo grupo, estão a criação do REYES (percussor do RenderMan) e de diversas ferramentas de animação.



Cena de “O Enigma da Pirâmide”:





Em 1982, a equipe passou a colaborar para a criação dos efeitos especiais dos longas-metragens, incluindo o ‘efeito Genesis’ para “Jornada nas Estrelas II – A Ira de Khan”, e o Cavaleiro do Vitral para “O Enigma da Pirâmide” (“Young Sherlock Holmes”), e em 1984, produziram o primeiro curta computadorizado “As Aventuras de André & Wally B”. No entanto, os gastos com uma divisão tão inovadora eram enormes, e o estúdio começava a sentir o gosto amargo dos prejuízos.




 A Fundação do Pixar Animation Studios

 Steve Jobs, recém demitido da Apple, percebeu o potencial do The Graphics Group, e em Fevereiro de 1986, o adquiriu por US$5 milhões. Agora, rebatizada de Pixar, a nova empresa independente passou a ser comandada por Catmull, como Presidente, e pelo Doutor Alvy Ray Smith, como Vice-presidente Executivo, enquanto Jobs era o chairman.

O nome, de acordo com a declaração de Smith contida no livro “To Infinity and Beyond: The Story of Pixar Animation Studios”, originou-se durante uma conversa, em um restaurante mexicano, com Loren Carpenter e Rodney Stock para batizar o computador de imagens que haviam acabado de inventar. “Cresci no Novo México, onde o espanhol é o segundo idioma, e a forma infinitiva dos verbos sempre termina em ‘er’, ‘ir’ ou ‘ar’. Eu sugeri ‘Pixar’, uma palavra inventada em espanhol que significa ‘criar imagens’,” explicou Smith.



John Lasseter nos primórdios da Pixar.

Com um investimento inicial de US$5 milhões, a companhia tinha como principal produtor o Pixar Image Computer, o qual era vendido para agências do governo e para a comunidade médica. Um dos compradores era o departamento de animação do Walt Disney Studios, que o utilizava no desenvolvimento do sistema CAPS (Computer Animation Production System).

O computador e um software personalizado (escrito pela Pixar) eram empregados com o propósito de digitalizar as tintas e o processo de pós-produção de uma animação. A primeira animação a utilizar a tecnologia foi “Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus” (1990), seguido por outros clássicos, a exemplo de “A Bela e a Fera” (1991), “O Rei Leão” (1994) e “Mulan” (1998). Foi abandonada em 2006, após o lançamento do curta “The Little Matchgirl”.

 

Pixar Image Computer. 

Embora fosse promissor, as vendas do Image Computer despencaram, devido ao alto custo do mesmo e ao mercado limitado. Para escapar da falência, Steve Jobs investiu cinquenta milhões de dólares em um período de cinco anos, porém alguns trabalhadores precisaram ser dispensados.

John Lasseter – cuja carreira começou como capitão da atração Jungle Cruise, na Disneyland – foi um dos primeiros a acreditar na capacidade da computação gráfica. Lasseter trabalhou como animador para a Disney, porém foi demitido graças à sua insistência na utilização da tecnologia. Catmull, em 1985, o contratou como “designer de interfaces” para a Lucasfilm, pois não estava autorizado a contratar animadores.



“Luxo Jr.”:

Tentando elevar as vendas, Jobs autorizou que Lasseter comandasse uma pequena equipe para produzir curtas-metragens, a fim de demonstrar o potencial da máquina. Em 1986, a animação “Luxo Jr.”, sobre duas luminárias de mesa e uma bola, foi exibida na SIGGRAPH, uma convenção anual de computação, e se tornou um sucesso instantâneo.

No ano seguinte, o curta se tornou o primeiro produzido por computação gráfica a concorrer ao Oscar®. Em Julho de 1987, o curta-metragem “O Sonho de Red” surpreendeu a todos, e em março de 1988, “Tin Toy” é o primeiro curta de animação computadoriza a receber um Oscar®.




“Tin Toy” o percussor de “Toy Story”.


Logo, a companhia aumentou a criação de animações, fechando contrato para desenvolver comerciais para marcas como Listerine, Tropicana e Life Savers. Assim, em 1990, a divisão de hardware da Pixar, com a transferência de dezoito do seus cem funcionários, foi vendida para a Vicom Systems.

A parceria com o Walt Disney Feature Animation prosseguia, todavia, em 1991, outros trinta empregados foram liberados, reduzindo o quadro para quarenta e dois, basicamente o número inicial. A empresa, então, assinou um acordo de vinte e seis milhões com o estúdio do Mickey Mouse para a produção de três longas-metragens.


fonte: disneymania

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